Brasília tem 2,6 milhões de habitantes e a maior renda 'per capita' do país
Inaugurada no dia 21 de abril de 1960, pelo então presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, Brasília tem, atualmente, incluindo o conjunto das suas regiões administrativas – que formam o Distrito Federal – uma população estimada em 2,6 milhões de pessoas, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2009. As pesquisas apontam ainda que a cidade ocupa a oitava posição na economia brasileira e tem a maior renda per capita do país, de R$ 40.696.
Com projeto urbanístico de Lúcio Costa e arquitetura de Oscar Niemeyer, Brasília foi construída por milhares de brasileiros que se deslocaram de várias regiões do país. Sua construção começou em 1956 e terminou em 1960.
A tabela abaixo mostra a evolução da população do Distrito Federal (DF) e do Brasil, indicando que o número de habitantes na capital cresceu 1.759,87% de 1960 até 2009, enquanto no país esse crescimento foi de 188,80% no mesmo período:
Ano |
População do DF |
Crescimento da população do DF (%) |
População do Brasil |
Crescimento da população do Brasil (%) |
1960 |
140.165 |
- |
66.302.271 |
- |
1970 |
537.492 |
283,47 |
93.139.037 |
40,47 |
1980 |
1.176.935 |
118,96 |
118.562.549 |
27,29 |
1990 |
1.601.094 |
36,03 |
149.094.266 |
25,75 |
2000 |
2.051.146 |
12,57 |
171.279.882 |
6,17 |
2009 |
2.606.885 |
6,14 |
191.480.630 |
2,04 |
Com área de 5.802 Km², a densidade demográfica da região, segundo dados do governo do DF, é de 354,3 habitantes por Km², o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é 0,844 (escala de 0 a 1) e a taxa de analfabetismo é 4,35%.
O Produto Interno Bruto (PIB) do DF é de R$ 99,9 bilhões, conforme dados do IBGE e da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), nas chamadas contas regionais do período de 2002 a 2007. Por esses dados, o DF ocupa a oitava posição na economia brasileira e tem a maior renda per capita do país, de R$ 40.696.
Nessa pesquisa, foi constatado que a administração pública permanece como a atividade mais relevante na economia do DF, representando 53,8% de toda a estrutura produtiva, e contribuindo com 22,8% na composição da taxa do valor adicionado bruto total.
A atividade de serviços de informação registrou o maior crescimento acumulado no período: 48%, com média anual de 8,16%. Tal atividade inclui telecomunicações, consultoria de hardware, software, processamento de dados, atividades de banco de dados e distribuição on line, atividades cinematográficas, de rádio e de agências de notícias.
Pobreza
Mesmo sendo grande o desenvolvimento da região, há um enorme contraste entre o chamado Plano Piloto de Brasília e as cidades-satélites que formam o Distrito Federal. O IBGE aponta índice de pobreza e desigualdade social na capital federal de 37,71% em pesquisa realizada em 2003. Na mesma pesquisa, foram registrados índices de 23,85% e 28,09% nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, respectivamente.
Esses dados foram ratificados em recente relatório feito pela Organização das Nações Unidas (ONU), apresentado na abertura do V Fórum Urbano Mundial da instituição, realizado em março, no Rio de Janeiro. Segundo a ONU, Brasília é uma das 20 cidades do mundo que apresentam maiores diferenças de renda entre ricos e pobres. Nesse ranking, Brasília ficou classificada em 16º lugar, atrás de Goiânia (10º lugar), Belo Horizonte e Fortaleza (13º lugares). Nove cidades localizadas na África do Sul lideram o ranking, e as capitais da Nigéria, Etiópia, Colômbia, Quênia e Lesoto também estão entre as cidades mais desiguais do mundo.
O documento, intitulado O estado das cidades do Mundo 2010/2011, também informa que o Brasil é o país com maiores desigualdades sociais na América Latina. Nessa pesquisa, São Paulo e Rio de Janeiro foram classificados, respectivamente, no 28º e 39º lugares.
O Distrito Federal subdivide-se em 30 regiões administrativas. Além de Brasília (Plano Piloto), Lago Sul e Lago Norte, que formam a área de maior poder aquisitivo, as demais regiões administrativas são: Gama, Taguatinga, Brazlândia, Sobradinho, Sobradinho II, Planaltina, Paranoá, Núcleo Bandeirante, Ceilândia, Guará, Cruzeiro, Samambaia, Santa Maria, São Sebastião, Recanto das Emas, Riacho Fundo, Riacho Fundo II, Candangolândia, Águas Claras, Sudoeste/Octogonal, Varjão, Park Way, Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (SIA), Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), Jardim Botânico, Itapoã e Vicente Pires.
A mais antiga das regiões administrativas é Planaltina. Sua povoação remonta ao começo do século 19. Transformada em município em 1859, passou a ser cidade-satélite em 1960, com a inauguração de Brasília. Acampamentos de operários da construção de Brasília, que se formaram a partir de 1956, deram origem à Candangolândia e ao Núcleo Bandeirante. Taguatinga e Cruzeiro foram fundadas, respectivamente, em 1958 e 1959.
Entre as regiões administrativas mais novas, destaca-se Águas Claras, cuja construção começou nos anos 90. Planejada pelo arquiteto Paulo Zimbres, é composta por prédios de condomínios destinados, em sua maioria, à classe média.
Helena Daltro Pontual/Agência Senado