Cristovam exalta 'epopeias brasileiras' em homenagens a Tiradentes e à construção de Brasília




Em período do expediente destinado a celebrar, nesta terça-feira (13), o Dia de Tiradentes e o aniversário de 50 anos de Brasília, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) ressaltou a coincidências da data, 21 de abril, em que se comemora "as duas grandes epopeias brasileiras". Para o senador, a história de um país é a história dos seus herois e das epopeias que eles levaram o povo a realizar.

 

- O heroi Tiradentes é uma figura e uma estrela que fulgura no céu da história brasileira de uma maneira quase solitária pela sua grandeza. Não quer dizer que tenhamos tido um único heroi. Tivemos outros. Mas nenhum, pela maneira como deu a vida, pela razão pela qual lutou, tem a grandeza do grande Tiradentes, o Joaquim José da Silva Xavier - afirmou.

 

Cristovam disse que, além de procurar conhecer o Brasil com diversas profissões e viagens, Tiradentes dedicou sua vida à luta que todos consideravam impossível, de fazer do Brasil um país independente da metrópole portuguesa. Ele observou que, em pleno século 18, pensar na independência a partir da luta do próprio povo era "um gesto de loucura positiva, que a gente vê de vez em quando nos grandes heróis".

 

Mesmo assim, prosseguiu o senador, a independência alcançada pelo Brasil não foi a independência conquistada pelo povo, como queria Tiradentes. A independência foi concedida pela metrópole, que colocou o filho do monarca para reinar no Brasil. A República só veio quase 100 anos depois.

 

- Mas, um país não se faz apenas de herois se esses heróis não ajudam a construirmos a história com epopeias, com a grandeza dos gestos nacionais. Não apenas o gesto de um indivíduo como Tiradentes, mas o gesto de uma nação inteira. E é aqui que entra a epopeia de Brasília, que nós comemoramos no mesmo dia, que nós comemoramos no dia em que Tiradentes foi enforcado, completando o seu heroísmo - afirmou.

 

Cristovam disse que não é por acaso que 21 de abril é a data da inauguração de Brasília e que o então presidente Juscelino Kubitscheck, ao escolher essa data, quis prestar uma homenagem ao próprio Tiradentes, para que todos lembrassem do heroísmo de um homem e da epopeia de uma nação. Ele lembrou que no movimento da Inconfidência Mineira já estava a ideia da transferência da capital para o Planalto Central.

 

- Em 1821, um ano antes da independência, José Bonifácio já insistia na necessidade de transferir a capital e não para longe daqui onde estamos.

 

Em 1822 se chegou a afirmar com clareza a ideia da transferência e se chegou a dar um nome para a nova capital, que era Petrália, em homenagem a D. Pedro I - observou.

 

O senador citou o comício de campanha eleitoral em Jataí, Goiás, quando um jovem chamado Toniquinho perguntou a Juscelino se cumpriria a Constituição e transferiria a capital para o Planalto Central. Cristovam contou que Juscelino respondeu afirmativamente, sem ter feito as considerações necessárias, mas com "o sentimento de estadista" segundo o qual, em alguns momentos, as decisões devem ser tomadas "sem que se analise demasiado as consequências".

 

- O gesto de construir em quatro anos uma capital em si foi uma epopeia. Mas não é aí que está toda a epopeia do Brasil. A epopeia está no fato de que nos anos seguintes aos quatro iniciais de construção, nos anos posteriores a 1960, conseguimos não apenas ter aquele sonho transformado em uma metrópole como somos hoje, com 2,5 milhões de habitantes, mas muito mais do que isso, termos praticamente completado aquilo que estava por trás da ideia de transferir a capital. Era muito mais do que mudar o lugar onde funciona o poder. O que estava por trás era a ideia de mudar a distribuição da demografia brasileira. O que estava por trás era mudar o local onde o Brasil produzia suas riquezas - afirmou.



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