Alvaro Dias: Dilma deve escolher entre atender ou extinguir Comissão de Ética

Da Redação | 01/12/2011, 17h55


O líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PR), propôs em Plenário nesta quinta-feira (1º) que a presidente Dilma Rousseff tome uma decisão entre demitir o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, ou extinguir a Comissão de Ética da Presidência, que recomendou sua retirada do cargo.

- A Comissão de Ética não terá mais sentido, razão de existir, se sua recomendação, diante de tantos fatos graves que envolvem o Ministro do Trabalho, não for acolhida pela Presidência da República. Faltava mais o quê?- indagou Alvaro.

O Ministério do Trabalho, entregue ao PDT, é alvo de denúncias que apontam a existência de esquema de cobrança de propina em convênios com organizações não governamentais.

O ministro foi acusado de mentir em depoimento à Câmara, ao negar conhecer um diretor de ONG que mantinha convênio com o ministério e fora acusada de irregularidades. Depois da divulgação de fotos e declarações em contrário, ele voltou atrás, admitindo conhecê-lo e ter viajado com ele.

- Tivemos oportunidades em que não se admitiria outra coisa que não fosse a demissão do ministro, atépelo menos que as investigações ocorressem, fossem concluídas e elucidassem dúvidas relativamente às denúncias assacadas contra o ministro e a sua equipe. Há provas documentais e testemunhas, que por si só autorizam a presidente a adotar medidas administrativas e judiciais cabíveis, mas isso não ocorre. É uma afronta à inteligência dos brasileiros a afirmativa de que há um esforço do governo para moralizar a atividade pública - protestou o senador.

A situação, avalia, é consequência da política de preenchimento de cargos na administração pública para premiar políticos que atendem aos interesses do governo. Isso, segundo Alvaro, provocaria um inchaço da máquina pública e criaria brechas para esquemas de corrupção que drenam as finanças públicas, desviando recursos da saúde, educação, segurança pública e saneamento básico.

O parlamentar criticou o fato de o Brasil manter quase 24 mil cargos comissionados, de livre nomeação, enquanto os Estados Unidos teriam pouco mais de 7 mil, e a Alemanha, 800.

Ranking da corrupção

Alvaro Dias mencionou, ainda, ranking da ONG Transparência Internacional, que deu nota 3,8, numa escala de zero a dez, para a situação da corrupção no Brasil. Ele disse que a nota põe o país em posição de "destaque vergonhoso" entre os 183 avaliados.

- A nota reprova o Brasil. Nos mantemos no estágio da vergonha internacional e precisamos reverter essa expectativa - observou.

O líder do PSDB pediu mais celeridade na tramitação do projeto do senador Pedro Taques (PDT-MT) que torna a corrupção um crime hediondo (PLS 204/2011).

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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