Tráfico de Pessoas
31/05/2011 - TRÁFICO DE PESSOAS
CPI vai investigar falsas agências de modelos na internet

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas deve abrir investigações sobre atividades de recrutamento de modelos por meio da internet. O objetivo é examinar indícios de envolvimento de agências de recrutamento que na verdade atuam na prostituição de mulheres.

A informação foi dada pela senadora Marinor Brito (PSOL-PA), relatora da CPI, nesta terça-feira (31). Com o apoio de dois policiais federais que estão agora assessorando os trabalhos, a comisão deve traçar ainda na próxima semana um roteiro para as investigações.

- Deveremos identificar as falsas agências de modelo e apurar is indícios de que estejam usando a internet para fins de exploração sexual na modalidade tráfico - disse a senadora.

Marinor recebeu a sugestão para investigar anunciantes e sites do presidente da SaferNet Brasil, Thiago Tavares de Oliveira, um dos convidados da audiência realizada nesta terça pela CPI. Thiago Oliveira citou uma lista de cerca de 700 sites de recrutamento de modelos que, de forma anônima, foram denunciados à SaferNet. Segundo ele, as falsas agências de modelo não possuem sede nem endereço fixo - só operam pela internet.

- Já temos contas de email suspeitas de serem usadas pelas supostas agências para aliciar jovens tanto para o tráfico interno quanto internacional associado à exploração sexual - disse Thiago Oliveira.

A SaferNet, que colaborou com os trabalhos da encerrada CPI da Pedofilia, se colocou à disposição da comissão que agora investiga indícios de crime de tráfico de pessoas - normalmente associado à exploração sexual e a trabalhos forçados, mas que também está relacionado ao tráfico de órgãos humanos. Thiago Oliveira disse que a CPI anterior não chegou a entrar no exame das denúncias relacionadas a tráfico, mas que agora pode ser a oportunidade para a quebra dos sigilos telemáticos, requisito para a identificação dos aliciadores.

O presidente da SaferNet explicou que os anúncios na internet costumam utilizar o código "ficha rosa" quando querem indicar que estão recrutando modelos para participar de eventos (feiras, congressos e festas fechadas, por exemplo) que, ao mesmo tempo, fiquem disponíveis para programas sexuais. Jovens que desconhecem o sentido da expressão 'ficha rosa' são atraídas pelos anúncios acabam se tornando vítimas de situações inesperadas e abusos.

Gorette Brandão / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)


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