Integrantes da CPI da Braskem ouvem engenheiro responsável pelas minas de Maceió

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INTEGRANTES DA CPI DA BRASKEM PODEM OUVIR NESTA TERÇA-FEIRA ENGENHEIRO RESPONSÁVEL PELA EXPLORAÇÃO DAS MINAS DE MACEIÓ E SERVIDOR APOSENTADO DO SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL. SENADORES DEVERÃO VISITAR NA QUARTA-FEIRA OS BAIRROS DESOCUPADOS E OUVIR OS MORADORES E INTEGRANTES DO MINISTÉRIO PÚBLICO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. A pedido do relator da CPI da Braskem, senador Rogério Carvalho, do PT de Sergipe, o geólogo e ex-diretor do Serviço Geológico do Brasil, Thales Sampaio, volta à comissão. No depoimento prestado no início de março, ele declarou que a Braskem foi "negligente e imprudente" ao citar o laudo de 2019 da extinta CPRM - Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, que apontou as atividades de exploração como a causa do afundamento do solo nos bairros esvaziados em Maceió. Também está previsto para esta terça-feira o depoimento do engenheiro Paulo Roberto Cabral de Melo, que foi o responsável técnico pela exploração das minas de sal-gema de 1976 a 1997. A partir de então, atuou como consultor da Braskem por meio da própria empresa. Em dezembro do ano passado, Paulo Roberto Cabral de Melo foi alvo de uma operação de busca e apreensão por parte da Polícia Federal no inquérito que investiga o afundamento do solo em Maceió. Rogério Carvalho antecipou que o engenheiro tem muito a colaborar com as investigações da CPI.  Paulo Cabral, ele é um engenheiro responsável pela operação da mina desde 1976. Ele foi quem assinou o plano de aproveitamento da mina, ele foi o responsável pela lavra ambiciosa da mina de sal-gema da Braskem. Portanto, ele tem muito a esclarecer ao povo de Maceió e à opinião pública brasileira. Na quarta-feira, os senadores da CPI da Braskem vão a Maceió. Na agenda estão previstas visitas aos bairros já desocupados, como Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol. Eles também poderão passar pelos Flexais, que seguem na condição de localidade monitorada, mas fora da área de risco. Há 33 anos nos Flexais, Valdemir Alves dos Santos relata o ilhamento social ao citar que os moradores que lá permanecem por falta de opção não contam com comércio ou serviços públicos básicos. Ele também defende a realocação de quem está nos Flexais, assim como ocorreu com os bairros considerados críticos.  Esse crime ambiental como uma tragédia maior urbana do mundo desfocou a nossa situação financeira, tirou nossos valores, tirou a alegria, que eu já não tenho mais alegria, não vivo mais bem. Então, na hora que tiraram uma parte, ficou só um pouquinho porque é onde eu moro, que é o meu imóvel, não tem valor e patrimônio. Ninguém compra, ninguém vende imóvel aqui no Flexalm mais, onde a Prefeitura de Maceió está negociando alguns prédios com alguns cidadãos aqui dentro, moradia, para fazer benefício, que não interessa a mim. O que eu quero é realocação com a minha indenização justa para decidir a minha vida eu, onde eu possa viver e como eu queira viver.  Ainda na agenda dos senadores da CPI da Braskem em Maceió nesta quarta-feira estão previstas visitas às minas da Braskem e à Central de Monitoramento e reunião com as procuradoras da República responsáveis pelas ações relacionadas ao afundamento do solo em Maceió. Da Rádio Senado, Hérica Christian.