CPI das Apostas Esportivas ouve representantes da CBF — Rádio Senado
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CPI das Apostas Esportivas ouve representantes da CBF

Em audiência nesta segunda-feira (29), a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas ouviu Júlia Avellar e Eduardo Gussem, representantes da Confederação Brasileira de Futebol. Eles apresentaram aos senadores o que a entidade vem fazendo para combater irregularidades em diversas competições no futebol brasileiro. Os parlamentares aproveitaram para questionar um contrato de patrocínio para o campeonato brasileiro das séries A e B, firmado pela CBF e empresas de apostas esportivas.

29/04/2024, 19h41 - ATUALIZADO EM 29/04/2024, 19h45
Duração de áudio: 03:23
Foto: Marcos Oliveira /Agência Senado

Transcrição
EM DEPOIMENTO À CPI DAS APOSTAS ESPORTIVAS, REPRESENTANTES DA CBF APRESENTAM AÇÕES DA ENTIDADE PARA COMBATER A MANIPULAÇÃO DE RESULTADOS NOS JOGOS DE FUTEBOL. SENADORES QUESTIONARAM CONTRATO DE PATROCÍNIO DA CONFEDERAÇÃO COM UMA EMPRESA DE APOSTA ESPORTIVA. O COLEGIADO VOLTA A SE REUNIR EM 13 DE MAIO. OS DETALHES COM O REPÓRTER ALEXANDRE CAMPOS: Em sua quinta reunião, a CPI da manipulação de jogos e apostas esportivas ouviu nesta segunda-feira representantes da Confederação Brasileira de Futebol. Júlio Avellar, que é diretor de competições da entidade falou sobre as ações que estão sendo promovidas para combater a manipulação de resultados no futebol brasileiro. Segundo ele, até 2021, o que era feito pela CBF para inibir essas práticas acontecia por meio de uma parceria com a Fifa. No entanto, em 2022, a confederação firmou um contrato com a Sportradar, empresa especializada no monitoramento de partidas de futebol. Ele explicou que, ao identificar qualquer suspeita de irregularidade, a empresa elabora um relatório sobre os jogos suspeitos. Ainda segundo Júlio Avelar, essa documentação é encaminhada para entidades do futebol e também autoridades públicas responsáveis pelo combate a esse tipo de crime: (Júlio Avelar) "A novidade que nós temos, a partir do ano passado, após o mês de outubro, é que a Polícia Federal passou a integrar integralmente esse processo. E a Polícia Federal recebe todos os relatórios que nós recebemos, seja da Sportradar ou até possivelmente da FIFA. É um monitoramento diário de jogos. A gente dá todo o suporte a federações - e temos essa integração completa com a Polícia Federal - e a gente dá suporte ao STJD e ao Ministério Público nas suas diligências." Questionado pelos senadores sobre o que a CBF faria em relação às denúncias de possíveis casos de manipulação em partidas do campeonato brasileiro, feitas por John Textor, CEO do Botafogo, Eduardo Gussem, oficial de integridade da confederação, afirmou que a entidade está pronta para receber, do dirigente alvinegro, um documento formal com as provas da acusação. O contrato de patrocínio firmado entre a CBF e casas de apostas esportivas para os campeonatos de futebol das séries A e B também foi criticado por parlamentares, como o senador Eduardo Girão, do Novo do Ceará: (sen. Eduardo Girão) "Na Série A do Campeonato Brasileiro, tem um patrocínio master de cada uma das apostas de esportivas, a Betano, como da Série B. A Betano na Série A e na Série B a Betnacional, a CBF. Na sua opinião, não haveria um grave conflito de interesses ao haver uma relação negocial da CBF com essas bets?" Segundo Eduardo Gussem, ligas de futebol de países europeus e da América do Sul, bem como entidades ligadas a outros esportes, como a NBA, são patrocinadas por empresas de apostas esportivas: (Eduardo Gussem) "Série A Itália, Holanda, Bélgica, Dinamarca, liga sueca, liga suíça, México, Colômbia, Argentina, Peru, NBA, NFL, PGA Tower, Nascar, Fórmula 1, Copa América, Eurocopa 24. Ou seja, virou uma grande realildade. O mundo vai ter de conviver com essa nova realidade." Os senadores e representantes da CBF ainda sugeriram a adesão do Brasil à convenção de Macolin, primeiro instrumento jurídico internacional que trata da manipulação de competições esportivas. Apesar de ter sido formalizada na Europa, a convenção já tem países de fora do continente associados. As próximas três reuniões da CPI serão em 13, 14 e 16 de maio. Neste último dia, os senadores devem ouvir Hélio Santos Menezes Junior, diretor de governança e conformidade da CBF, que não pôde comparecer na reunião desta segunda-feira. Da Rádio Senado, Alexandre Campos.

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