Senado publica 'Memórias d'O Tico-Tico'

Da Redação | 24/08/2009, 20h12

O primeiro herói nacional dos quadrinhos infantis, o Juquinha, estreou nas páginas de O Tico-Tico, da empresa O Malho, no dia 14 de fevereiro de 1906. Seu idealizador, J. Carlos, o José Carlos de Brito e Cunha, também foi o criador do primeiro afro-brasileiro dos quadrinhos, o Giby, companheiro do Juquinha e vítima de suas travessuras. O Conselho Editorial do Senado acaba de publicar o livro "Memórias d'O Tico-Tico - Juquinha, Giby e Miss Schocking", que tem pesquisa e texto de Athos Eichler Cardoso.

O álbum reúne as primeiras experiências gráficas de J. Carlos (1884-1950) nas revistas O Malho e O Tico-Tico. A publicação de 208 páginas foi impressa em policromia, utilizando papel couché fosco de 120 gramas. O autor do projeto gráfico e da capa, Josias Wanzeller da Silva, retocou todas as imagens e trabalhou também na restauração e diagramação da obra.

Em outubro de 1955, o poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu em sua crônica Um Passarinho, no Correio da Manhã, a equivocada informação de que Juquinha não fizera sucesso junto aos leitores. Publicada várias vezes ao longo do tempo, a opinião de Drummond terminou consagrada, em virtude da beleza e evocação do texto.

O pesquisador Athos Cardoso compara a biografia do poeta mineiro à do personagem Juquinha, para provar que houve um engano. Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro (MG), em 31 de outubro de 1902. Juquinha nasceu no Rio, em 14 de fevereiro de 1906. Portanto, quando Drummond tinha três anos, três meses e 15 dias.

Juquinha foi publicado n'O Tico-Tico até 25 de dezembro de 1907, quando o poeta tinha cinco anos e dois meses de idade. Drummond iniciou o curso primário, em Belo Horizonte, em 1910. O herói dos quadrinhos retornou a ser publicado, em revista homônima, no dia 4 de dezembro de 1912.

- Que Juquinha foi um gênio da literatura ninguém duvida. É provável que, a partir de 1912, com 10 anos, conhecera o herói na revista O Juquinha ou volume encadernado d'O Tico-Tico, e, para escrever sua crônica, manuseou superficialmente alguma coleção - pondera Athos Cardoso.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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