Requião pede apoio dos senadores para regular direito de resposta

Da Redação | 09/02/2012, 19h35


O senador Roberto Requião (PMDB-PR) defendeu nesta quinta-feira (9) a aprovação de projeto de sua autoria que regula o direito de resposta de pessoas ofendidas por matérias jornalísticas. O PLS 141/2011 tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde aguarda parecer do relator, senador Pedro Taques (PDT-MT). A manifestação do senador foi motivada por matéria publicada pela revista Veja desta semana, que, segundo ele, "tortura a verdade".

- Peço, nesta ocasião, apoio dos senhores senadores, sem covardia, sem medo da imprensa difamatória, sem que cedamos à chantagem. Vamos garantir a democratização da notícia e o direito claro e firme de resposta, não dos parlamentares, que podem usar essa tribuna, mas de todos os cidadãos brasileiros.

Com o título "Mas logo Curitiba?", a matéria, teria atribuído ao seu governo, entre 2003 e 2010, a escalada da violência na capital paranaense. Para Requião, a reportagem está apoiada em "estatísticas sabidamente distorcidas", baseadas em dados pouco confiáveis. A principal queixa nesse sentido é o fato de a reportagem comparar dados de vários estados considerados de maneira diversa.

Requião citou como exemplo os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro para apontar os diferentes critérios de contagem de homicídios. Segundo o senador, em São Paulo, a contagem é feita com base nas ocorrências de homicídios, e não no número de vítimas. Uma chacina de cinco pessoas, por exemplo, seria computada como um homicídio, e não de cinco. Já no Rio de Janeiro, a estatística estaria sendo feita apenas com base no número de homicídios resolvidos.

- Como, então, a gloriosa revista da Abril vem falar em média nacional, se os métodos de coleta dos números são díspares? - questionou o senador, que disse ter exigido, ao assumir o governo, transparência absoluta nas estatísticas policiais. 

Antecessor 

Além de descrever ações desenvolvidas ao longo de seu governo na área de segurança pública, o senador afirmou que, se a revista tivesse utilizado as tabelas históricas da polícia paranaense, o resultado seria diverso do obtido na reportagem. Segundo Requião, as tabelas mostram que o número de homicídios com relação à população diminuiu em comparação com o governo anterior, de Jaime Lerner.

- Quando assumi, a média de homicídios por mil habitantes era de 30,82. No último ano de meu governo, em 2009, o índice havia caído para 24 homicídios por mil habitantes - afirmou.

O senador se disse "castigado pela mídia" por não ter feito tanta propaganda quanto seu antecessor e insinuou que a boa vontade dos veículos com Lerner se deve aos gastos do seu governo com publicidade. Ao concluir o discurso, Requião afirmou que "a revista mais canalha do Brasil, sem a menor sombra de dúvida, é a revista Veja".

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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