Mário Couto contesta denúncias de participação em desvios

Da Redação | 07/02/2012, 18h34


O senador Mário Couto (PSDB-PA) rebateu em Plenário nesta terça-feira (7) acusações de participação em desvios de recursos públicos na Assembleia Legislativa do Pará. Uma investigação do Ministério Público do estado revelou fraude na folha de pagamento da Casa, no período de fevereiro de 2003 a janeiro de 2007, período em que ele esteve na presidência da instituição.

Na semana passada, os promotores responsáveis pelo caso, Nelson Medrado e Arnaldo Célio Azevedo, denunciaram o senador; sua filha, a deputada estadual Cilene Lisboa Couto Marques; e mais de dez outras pessoas por improbidade administrativa. Segundo Mário Couto, seu crime no esquema, de acordo com a denúncia, teria sido de omissão, por não ter percebido a falsificação nas assinaturas.

Ressaltando que já encaminhou à Mesa Diretora do Senado um voto de congratulação ao Ministério Público do Pará por sua atuação, Mário Couto classificou como "erro brutal" a ação do promotor Nelson Medrado de denunciá-lo à Justiça. E afirmou que Medrado agiu com o coração, e não com a razão, por ter ressentimentos contra ele.

Couto diz ter questionado, à época em que presidia a Assembleia Legislativa, o pedido de reintegração da esposa de Nelson Medrado ao quadro de servidores efetivos da Casa. A servidora seria do quadro temporário da Assembleia e estaria requisitada para o serviço federal havia 22 anos. No entendimento do senador, reintegrá-la seria uma "brutal irregularidade".

- Eu pedi o parecer à Procuradoria Geral da Casa e a procuradora da época, Dra. Maria Eugênia, me instruiu a não reintegrá-la no quadro efetivo, mas reintegrá-la à Assembleia. Bastou isso para que o procurador Nelson Medrado criasse em seu coração uma raiva contra a minha pessoa - afirmou, lembrando que, ao final, o Supremo Tribunal Federal determinou a reintegração da servidora.

O senador disse entender como um erro, e não como um crime, o fato de o promotor não ter se declarado impedido de investigá-lo, em virtude do episódio envolvendo sua esposa. Por isso, não pretende representar contra ele no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Além disso, para o senador, só a raiva justificaria o promotor denunciar não somente a ele, Mário Couto, mas também à sua filha e à sua secretária, esta última acusada de receber R$ 4,9 mil a mais no contracheque - valor que, explicou Couto, teria sido estornado em folha logo depois.

Adversários

Mário Couto também destacou a forma como o caso foi tratado pelos jornais do Pará. O jornal O Liberal, considerado o mais sério do estado pelo senador, teria trazido reportagem reproduzindo exatamente o que consta do processo. Por isso, Couto encaminhou votos de congratulações às Organizações Romulo Maiorana, responsáveis pelo jornal, pelo trabalho ético que vem realizando no Pará. Já o Diário do Pará noticiou que ele havia sido acusado de fraudes na Assembleia Legislativa.

- Tenho 25 anos na vida pública. O que eu tenho? Qual é o meu patrimônio? Eu tenho duas Casas. Senadores, políticos, que seguiram a mesma carreira minha, que chegaram até o Senado, como é que entram aqui neste Senado bilionários? Como é que pode, nação brasileira? Aqueles que tiveram exatamente o mesmo caminho meu, terem televisão, jornais, rádios, fazendas? Como pode, Brasil? Político que só militou na política e vira rico de uma hora para outra é ladrão. Não adianta querer explicar o patrimônio, que não explica nunca. E a coisa mais fácil é a comparação - criticou.

O senador garantiu ainda que não tem patrimônio em nome de irmão ou da esposa e que está pronto para a briga política no Pará. E prometeu contra-atacar.

- Essa minissérie começou hoje. Se querem briga, vamos para a briga, vamos para o pau - asseverou Mário Couto, dizendo que voltará à tribuna nesta quarta-feira (8).

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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