Marinor lamenta mudança forçada de Marcelo Freixo por causa de ameaças

Da Redação | 01/11/2011, 16h07

A senadora Marinor Brito (PSOL-PA) lamentou, nesta terça-feira (1º), a mudança forçada do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e de sua família para o exterior. Ela lembrou que o colega de partido tem sido alvo de seguidas ameaças de morte desde que presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Milícias, em 2008. Freixo passará cerca de um mês na Europa a convite da Anistia Internacional.

A CPI apurou detalhes da atuação de grupos paramilitares e milícias que atuam ilegalmente nas comunidades do Rio de Janeiro. Como resultado, foi proposto o indiciamento de 225 pessoas, entre eles, policiais, políticos e líderes comunitários.

Marinor elogiou o relatório da CPI e criticou o governo por supostamente não atacar os problemas apontados pela comissão da Assembleia Legislativa (Alerj):

 No Rio, o governador Sérgio Cabral, que prioriza operações espetaculares, como a ocupação do Complexo do Alemão, não executou uma única recomendação da CPI, aprovada por unanimidade na Alerj, com o objetivo de esvaziar o poder das milícias.

A senadora destacou que as milícias ocuparam os espaços deixados pelo tráfico de drogas nas favelas por "absoluta falta" de serviços públicos de educação, abastecimento de água, coleta de esgotos e transportes. Ela lembrou, ainda, que o financiamento desses grupos se dá pela cobrança de serviços como TV a cabo clandestina e distribuição de gás.

 Enquanto isso, o governo federal está perseguindo as rádios comunitárias e prendendo gente que luta pelo direito da democratização das comunicações - comparou.

Marinor repudiou a violência contra pessoas que, como o deputado, lutam pela justiça e pelos direitos humanos e lembrou o assassinato do seringueiro Chico Mendes. Ao mesmo tempo, pediu que as pessoas não deixem de denunciar a criminalidade.

 Se as pessoas que denunciam se calarem por medo, estaremos regredindo ao tempo do silêncio e da naturalização da violência.

Por fim, Marinor se prontificou a ajudar o deputado estadual Marcelo Freixo:

 Eu gostaria de ser um escudo, a força que construirá um estado democrático de direito e um estado humano, para proteger a vida do companheiro Marcelo Freixo. Só tenho a oferecer a ele, e a todos os que como ele lutam pelos direitos humanos, a minha solidariedade, o meu amor e a minha coragem. Ele voltará ao Brasil e continuará irmanado com os cidadãos de bem deste país.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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