Marinor Brito critica texto do Código Florestal e protesta contra assassinato de extrativistas no Pará

Da Redação | 24/05/2011, 21h20


A senadora Marinor Brito (PSOL-PA) criticou em Plenário o texto do novo Código Florestal que, na sua avaliação, atende puramente aos interesses dos ruralistas. O projeto se encontra em votação na Câmara dos Deputados. Ela também protestou contra o assassinato de um casal de líderes extrativistas, José Cláudio Ribeiro da Silva e sua mulher Maria do Espírito Santo da Silva, nesta terça-feira (24), no Pará.

- O PSOLnão se intimidará diante do acordo que foi anunciado pela bancada ruralista, que foi festejado por algumas lideranças políticas do Congresso Nacional para aprovar o texto do novo Código Florestal à luz do relatório do deputado Aldo Rebelo [PCdoB-SP] e manter no relatório a anistia geral das multas para quem desmatou e ajudou a causar a morte dos indígenas, das populações tradicionais, dos quilombolas e muito especialmente do estado do Pará - protestou a senadora.

Ela criticou o governo por subsidiar grandes empresas mineradoras na região amazônica e não priorizar os assentamentos agroextrativistas que produzem óleo com objetivo de manter a floresta em pé.

Marinor Brito mencionou estudo do professor de Geografia Agrária Ariovaldo Umbelino, da Universidade de São Paulo (USP), que aponta o aumento de 21% dos conflitos no campo de 2009 para 2010 embora tenha havido um decréscimo nas ocupações de terra (de 38% para 23,5%). A senadora afirmou que não são os movimentos de sem-terra os responsáveis pela violência no campo.

- O próprio MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra] assume outra tática na disputa por condições e qualidade de vida do povo sem terra e sem teto. Mas a covardia dos grupos de latifundiários e madeireiros, especialmente do Sul e Sudeste do Pará continua matando os trabalhadores da região - protestou.

Marinor Brito se referia à morte, nesta terça, de dois trabalhadores rurais extrativistas, José Cláudio Ribeiro da Silva e sua mulher Maria do Espírito Santo da Silva, em uma emboscada, próximo à cidade de Nova Ipixuna, a 390 quilômetros de Belém. Os dois, relatou a senadora, foram mortos a tiros por pistoleiros. Segundo a senadora, eles eram herdeiros da tradição de Chico Mendes, líder seringueiro morto em 1988, pois acreditavam na exploração sustentável da floresta.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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