Especialistas defendem união de esforços contra 'bullying'

Da Redação | 28/11/2011, 14h39

Em audiência pública nesta segunda-feira (28) na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), os debatedores defenderam a união de esforços de todos os segmentos da sociedade na busca de soluções para enfrentar a prática do bullying no ambiente escolar.

De acordo com o psicólogo Augusto Pedra, o bullying é uma epidemia psicossocial com "um rápido poder de propagação". Ao contrário de outras ações violentas, explicou Pedra, o bullying se caracteriza por ações deliberadas e repetitivas sem motivo evidente, pelo desequilíbrio de poder entre agressores e vítimas e por causar constrangimento ao agredido.

Para o psicólogo, o envolvimento de professores, funcionários, pais e alunos é fundamental para a superação dessa epidemia.

- O bullying se propaga com uma velocidade muito grande. Nós precisamos somar nossos esforços para enfrentar e erradicar esse mal de uma vez por todas - disse.

Segundo Pedra, o bullying afeta o processo de socialização, ensino e aprendizagem, além do desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças, acarretando sequelas para toda a vida. Ele também observou que a carência afetiva, a ausência de limites e os maus tratos por parte dos pais são os principais causadores do problema. 

Participação dos pais 

Ao narrar experiências de combate ao bullying desenvolvidas em escolas do Distrito Federal, a presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), professora Amábile Pácios, defendeu maior participação dos pais no ambiente escolar para a superação do problema. Segundo ela, as famílias têm atitudes paradoxais em relação ao bullying.

- Ou os pais acham que tudo é bullying e denunciam até casos de crianças de dois anos que mordem outras crianças ou fingem que não acontecem casos de violência com seus filhos - afirmou.

Para ela, a falta de dados concretos sobre bullying também dificulta o combate à violência no ambiente escolar. De acordo com a professora, são comuns os casos de diretores de escolas públicas e particulares que se negam a relatar casos de violência para não prejudicar a imagem da instituição de ensino.

- Por vezes, o diretor prefere dizer: não, na minha escola não há bullying, do que assumir publicamente que ela tem esse fenômeno no seu interior - disse.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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