Embaixador defende maior cooperação econômica com Emirados Árabes

Da Redação | 06/10/2011, 13h15


Os Emirados Árabes Unidos importam mais de US$ 160 bilhões por ano em mercadorias de todo o mundo e contam com fundos soberanos de aproximadamente US$ 600 bilhões, destinados a investimentos. Os números foram apresentados como sinal da importância deste país pelo ministro de primeira classe João de Mendonça Lima Neto, cuja indicação para o posto de embaixador em Abu Dhabi recebeu nesta quinta-feira (6) parecer favorável da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

Em sua exposição aos senadores, Mendonça - cuja mensagem teve como relator o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) - ressaltou a importância de se aprofundar a "crescente cooperação econômica" entre o Brasil e os Emirados. O comércio bilateral, informou, alcançou mais de US$ 2 bilhões em 2010, quase dobrando de tamanho em cinco anos. E o Brasil obteve superávit de US$ 1,6 bilhão, embora as exportações brasileiras concentrem-se em apenas três produtos: açúcar, frango e minério de ferro.

Os fundos soberanos dos Emirados, na opinião do embaixador indicado, podem ser um meio de atração de investimentos para o Brasil. Além disso, ele defendeu maior aproximação entre os dois países no setor de turismo. Como já existe um voo direto entre os dois países, da empresa Emirates, ele anunciou a intenção de promover o Brasil como destino turístico nos Emirados.

Mendonça defendeu ainda, em resposta à senadora Ana Amélia (PP-RS), preocupada em saber que medidas políticas poderiam vir a ser adotadas para aprofundar a relação bilateral, a promoção de ações de cooperação conjuntas em terceiros países, como o Sudão. Ele recordou que os Emirados destinam 1% de seu Produto Interno Bruto (PIB) a ações de ajuda ao desenvolvimento, principalmente em outros países muçulmanos.

Durante o debate, Suplicy quis saber se os Emirados poderiam ser afetados pelo movimento conhecido como Primavera Árabe, de contestação a regimes autoritários em todo o Oriente Médio. Mendonça recordou que dos 8,2 milhões de habitantes dos Emirados, nada menos que 7,3 milhões são estrangeiros, que não têm os mesmos direitos dos cidadãos nascidos ali e poderiam vir a ser prejudicados se promovessem manifestações políticas. Dos 900 mil nascidos nos Emirados, complementou, muitos trabalham no próprio governo. O regime local ainda é de monarquia absoluta, informou o embaixador indicado, mas com um "embrião de mudanças" que poderão levar o país a adotar uma monarquia parlamentarista.

Para ver a íntegra do que foi discutido na comissão, clique aqui.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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