Cyro Miranda quer explicações sobre 'royalties' pagos pela Vale a município paraense

Da Redação | 11/05/2011, 16h40


O senador Cyro Miranda (PSDB-GO) disse nesta quarta-feira (11) que encaminhará requerimento de informações ao Ministério de Minas e Energia, ao Ministério Público do Pará e ao Tribunal de Contas dos Municípios do Pará sobre as relações entre o advogado Jader Pazinato e o prefeito de Parauapebas (PA), Darci José Lermen (PT), que teriam envolvimento na saída de Roger Agnelli da Companhia Vale.

O pedido foi motivado por matéria publicada pela revista Época, segundo a qual Roger Agnelli alertou a presidente Dilma Roussef sobre "a estranha atuação de consultores ligados ao PT que faturam milhões com royalties" da mineração.

No início do discurso, Cyro Miranda disse que "desde o primeiro momento viu com muita desconfiança" os rumores de substituição de Agnelli na presidência da Vale, uma vez que, sob o comando do executivo, a companhia lucrou, só no primeiro trimestre de 2011, mais de R$ 11 bilhões, 292% a mais que no mesmo período de 2010.

Na avaliação de Cyro Miranda, a revista Época aponta "o que provavelmente está por trás" da substituição de Agnelli, ao revelar um esquema de possível malversação de R$ 700 milhões pagos em royalties pela Vale ao município de Parauapebas, administrado desde 2005 pelo prefeito Darci José Lermen, do PT.

De acordo com as investigações do Ministério Público do Pará e do Tribunal de Contas dos Municípios, há indícios de que os montantes anuais de royalties, que deveriam ter sido empregados em infraestrutura para a população local, tomaram outro destino.

Cyro Miranda disse que Parauapebas, apesar do recebimento milionário de royalties pagos pela Vale a título de compensação pela exploração do solo, tem boa parte da população do município em favelas amontoadas em morros da cidade, em que nem mesmo os bairros próximos ao centro contam com ruas asfaltadas e escoamento de esgoto.

De acordo com a revista, cerca de R$ 9 milhões já teriam sido embolsados por Pazinato, que presta assessoria à Associação dos Municípios Mineradores do Brasil (Amib). A associação, por sua vez, tem como vice-presidente o prefeito Lermen e, como presidente, o petista Anderson Cabido.

- O Senado tem o dever de tirar a limpo a história mal contada pelo governo federal e que só agora começa a fazer sentido. Aí tem coisa mal explicada - concluiu Cyro Miranda.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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