Bispo pede menos burocracia na liberação de recursos para tratamento de dependentes

Da Redação | 28/06/2011, 13h29

Facilitar a obtenção de recursos públicos para as casas de tratamento aos dependentes químicos. Essa foi a principal reivindicação de Dom Irineu Danelon, bispo de Lins (SP) e responsável pela Pastoral da Sobriedade, que atua, em várias dioceses e paróquias do país, na prevenção e no tratamento de diversos tipos de vícios.

Segundo Dom Danelon, o governo não pode abrir mão das exigências para a concessão dos recursos, mas poderia reduzir o excesso de burocracia existente.

O bispo, que estava representando a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi convidado a relatar a experiência da pastoral, criada por ele, na audiência pública realizada nesta terça-feira (28) pela Subcomissão Temporária de Políticas Sociais sobre Dependentes Químicos de Álcool e 'Crack', vinculada à Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

Em sua exposição, o bispo explicou que a Pastoral da Sobriedade adota cinco passos básicos no combate às drogas e no tratamento dos dependentes: prevenção, intervenção, recuperação, ressocialização e apoio às políticas públicas voltadas para a área.

Logo após ouvir a exposição, a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) afirmou que a prevenção é o melhor remédio no combate às drogas. Eduardo Amorim (PSC-SE) disse que o desafio do Senado "é realmente desburocratizar" os recursos governamentais destinados às casas de recuperação de dependentes químicos. Já Waldemir Moka (PMDB-MS) pediu mais informações sobre o funcionamento dessas instituições de tratamento.

Proposta

O presidente da subcomissão, senador Wellington Dias (PT-PI), informou aos demais integrantes que a presidente Dilma Rousseff criou um grupo interministerial para que, em 30 dias, apresente uma proposta para facilitar o diálogo do governo com as comunidades terapêuticas voltadas ao combate às drogas.

Wellington Dias disse ainda que espera encerrar o ciclo de debates sobre dependência química em julho e iniciar em agosto a elaboração de uma proposta com base nos depoimentos colhidos nas audiências públicas realizadas.

O senador Magno Malta (PR-ES) também foi convidado para a audiência, para representar a Igreja Batista, mas não pode participar.

Audiências

Esta foi a oitava audiência pública da Subcomissão. Nesta terça, a Casdep aprovou a realização de um novo debate, desta vez para ouvir o juiz federal do Mato Grosso do Sul Odilon de Oliveira. Ele deverá explicar a destinação a ser dada aos bens apreendidos nas operações de tráfico de drogas e a possibilidade de destinação dos valores arrecadados para auxiliar nas medidas repressivas ao tráfico e ao consumo de substâncias causadoras de dependência química.

Também foi aprovado um requerimento para que a subcomissão faça duas visitas na Bahia: uma ao Centro de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas (Cetad), da Universidade Federal da Bahia, e outra ao Centro de Atenção Psicossocial-Álcool e Drogas, em Salvador.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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