Alvaro Dias critica postura adotada por Dilma na Europa

Da Redação | 06/10/2011, 18h41


O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), em pronunciamento em Plenário nesta quinta-feira (6), criticou o "discurso triunfalista" da presidente Dilma Rousseff em sua viagem à Europa. Para ele, Dilma "arvorou-se em professora do mundo" apresentando soluções para a crise mundial que, em sua opinião, não correspondem à situação do Brasil.

- A presidente afirmou que o Brasil 'está pronto para ajudar a Europa'. Ajudar como, se o governo alega não ter recursos para a saúde pública no nosso país e assiste o caos que persiste, em que pese as denúncias e as imagens que afrontam a nossa consciência nas telas da TV mostrando seres humanos amontoados em corredores de hospitais? - indagou

Entre os problemas nacionais, o senador mencionou as elevadas taxas de juros, a dificuldade para abertura de negócios e a alta carga tributária. Alvaro Dias também citou estatísticas recentes da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o número de homicídios no país, a baixa posição do Brasil na educação mundial e a piora na situação do país no que diz respeito à infraestrutura, tendo caído do 84º lugar para 104º lugar no ranking do Fórum Econômico Mundial. A competitividade no setor de turismo, na qual o Brasil caiu para o 52º lugar no mundo, também foi alvo de críticas.

- Onde evoluímos em matéria de turismo foi no pagamento de propina, no desvio de recursos e até mesmo nas prisões que foram efetuadas no âmbito do Ministério do Turismo. Enfim, ensinar o quê, com essa posição vexaminosa no ranking internacional? - perguntou o senador. 

Copa de 2014 

Alvaro Dias disse ainda que o presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Joseph Blatter, recusou-se a um encontro com a presidente Dilma Rousseff, em sua viagem à Europa, enviando em seu lugar "um subalterno" que manteve as imposições da entidade para que o Brasil sedie a Copa do Mundo em 2014.

O parlamentar leu artigo do desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Rizzatto Nunes, que criticou a perda da soberania nacional no atendimento a "interesses particulares" da Fifa, em menção à suspensão de artigos do Estatuto do Idoso, do Código do Consumidor e do Estatuto do Torcedor que estariam em conflito com a organização da Copa.

Alvaro Dias também defendeu a legislação que garante aos cronistas esportivos o acesso aos estádios para o exercício de sua profissão, temendo que esse direito possa ser questionado pela Fifa, e assinalou o compromisso do Congresso Nacional de preservar a lei brasileira.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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